segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Desejo


Com a força inesperada de uma onda rebelde que se quebra na praia, ele me surpreende.
Me pega, me leva, me traz de volta a um mundo irrisório.
Com a intensidade de quem acredita na própria verdade, eu o nego... e o renego uma vez mais.
Desesperada, tento entendê-lo. E ele? Se faz de rogado, buscando explicar o inexplicado.
Como se fora um rio, a desaguar na plenitude de um oceano revolto, ele cai sobre mim,
Derrama tudo de si; se funde, com tudo o que há e mim.
Desejo. Louco desejo de ter o que não posso
De querer o que não tenho
De amar o que não pode ser mais amado.
Mãos que se buscam, vozes que se calam, apenas sussuram.
Corpos que se encontram, se entrelaçam
Se amarram e explodem em um gozo profundo.
E de repente, as ondas enfurecidas se aquietam
E eu não sou mais eu.
Sou apenas um fantoche, buscando saciar minha sede de amar
Em nome de um tal DESEJO!